Tal como acontece em todos os números da Louis Braille, também neste procurámos abordar o tema da deficiência visual sob várias perspetivas. Ainda assim, existe um tema a que decidimos conceder uma atenção especial, não tivesse sido este o mês em que organizámos a 4.ª edição das Olimpíadas do Braille. 

Na capa do número 21 da Louis Braille damos destaque ao artigo de João Fernandes, formador de Braille na ACAPO e representante da instituição no Conselho Ibero-Americano do Braille. O autor recua até ao século XIX para nos contar a história da impressão em Braille em Portugal que se inicia com Cândido Branco Rodrigues, culminando com a criação do Centro de Produção Documental da ACAPO no ano de 1990.

A esta breve recolha histórica junta-se o mais importante: uma reflexão sobre a importância do Braille e a urgência de devolver a impressão de materiais em Braille aos verdadeiros profissionais.

Ainda sobre o sistema de leitura e escrita das pessoas cegas, Rodrigo Santos, colaborador regular da Revista, responsável pela secção “Direitos”, ajuda-nos a perceber a posição do Braille no ordenamento jurídico português.

Jorge Fernandes, Coordenador da Unidade ACESSO do Departamento da Sociedade da Informação da Fundação para a Ciência e a Tecnologia, deixa-nos um dado preocupante: 85% das pessoas com deficiência visual nunca assistiu às séries transmitidas pela RTP com audiodescrição. “O que falha?”, perguntamos nós. Depois de ler as conclusões deste estudo desafiamos os leitores a deixarem-nos a sua opinião para o e-mail louisbraille@acapo.pt.

Nesta edição contámos também com a colaboração do RNIB - Royal National Institute of Blind People que nos explica, com base na sua experiência, de que forma podem os voluntários contribuir para a inclusão das pessoas com deficiência visual.

Por fim, Rui Batista, programador informático e também diretor na ACAPO, fala-nos sobre um dos mais promissores leitores de ecrã para pessoas com deficiência visual, o NVDA. 

Resta-nos agora desejar-lhe uma leitura enriquecedora e lembrá-lo que temos um endereço de e-mail a aguardar os seus comentários e sugestões. 

Por Equipa Editorial Revista LOUIS BRAILLE