Cegos celebram na rua Dia da Bengala Branca
Notícia publicada a 14 de outubro no Jornal de Notícias
Cegos celebram na rua Dia da Bengala Branca
Iniciativa juntou mais de 90 pessoas e chamou à atenção para os obstáculos do dia a dia
Alertar para as dificuldades que as pessoas com deficiência visual encontram no dia a dia foi o principal objetivo do peddy paper que a ACAPO, Associação dos Cegos e Amblíopes de Portugal, realizou ontem no Porto e que contou com mais de 90 participantes. Equipas de duas pessoas cegos, ambliopes (pessoa com deficiência visual e familiares - desceram a Rua do Bonfim, desde a sede da associação até ao edifício da junta de freguesia, numa distância de 200 metros. Ao longo do caminho tiveram algumas paragens para descobrir onde ficava uma confeitaria ou parar num local previamente definido e responder a três perguntas. "Gostei de participar. É mais pelo convívio. Aos obstáculos já estou habituado todos os dias", afirmou Alfredo Leite, amblíope desde os oito anos. Na Junta de Freguesia do Bonfim, seguiu-se depois um arraial para todos os participantes. "Todos os anos celebramos o Dia da Bengala Branca para o qual contamos com o apoio de várias empresas. O dinheiro reverte depois a favor da associação, para aquisição de equipamentos para os associados carenciados", diz a presidente da ACAPO, Paula Costa. Uma bengala custa entre 60 a 80 euros, dependendo do material com que são produzidas. Os familiares que participaram nesta ação saíram da sede da ACAPO de olhos vendados. De acordo com o último Censo, 9% da população portuguesa tem dificuldades ou não consegue mesmo ver, existindo 27 mil cegos no país.. A.T.
Alfredo Leite Amblíope
"Há muitas obras no Porto e os andaimes sobre os passeios não têm esponjas de proteção"
Susana Gonçalves Cega
"Ainda há a ideia do ceguinho coitadinho e estas ações são necessárias para combater o estigma"
@Fotografia ACAPO
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