A 87.ª  Assembleia de Representantes realizou-se pela primeira vez em teleconferência. Embora reconhecendo as vantagens das reuniões presenciais, quanto à partilha de saberes e de experiências, tão importantes, sobretudo no universo das pessoas com deficiência visual, a MAR viu-se obrigada a tomar esta difícil decisão, enfrentando mesmo as opiniões dos mais céticos. No entanto, sabia que este era um recurso que não podia ignorar até porque, não sendo a razão fundamental da opção tomada, ele representava uma clara diminuição de custos para a Instituição, dado que uma AR presencial, de apenas um dia, como esta, ronda, em média, valores na ordem dos dois mil e oitocentos euros.

Contámos com 42 participantes, entre representantes, dirigentes nacionais e de delegação, bem como colaboradores e associados que previamente solicitaram à MAR o link de participação. Tratando-se de um facto que pode marcar uma viragem nos procedimentos de trabalho da Instituição, deixamos convosco alguns resultados do Questionário de Satisfação que posteriormente elaborámos , para que sirvam como forma de reflexão para quem tiver de tomar decisões futuras a este respeito.

Sentiram-se, é certo, alguns constrangimentos, como: as interferências e o condicionamento das relações interpessoais, referidos por 62% dos 27 respondentes; a instabilidade na ligação ou na linha, constatados por 51,4% e o demasiado tempo de duração da reunião (entre as dez e as vinte horas, com duas de intervalo para almoço) salientado por 47,6%. Por seu lado, a MAR teve dificuldades, com alguma demora nos momentos de votação que serão, certamente, debeladas numa próxima reunião. 

Porém, foram mais percetíveis os aspetos positivos deste tipo de evento, começando desde logo pela maior comodidade nas deslocações, por todos salientada; 69% destacaram o menor número de fatores de distração; 65,4% a facilidade no acesso à  reunião; 50% o facto de existir mais tempo útil de reunião e melhor compreensão do seu conteúdo; 46% a melhor audição; 35% a maior facilidade no manuseamento dos documentos disponibilizados pela Mesa; e 23% a maior capacidade de participação.

Há, no entanto, aqui um dado importante a reter: 52% já tinha utilizado a plataforma Zoom. Mas, como 48% nunca o havia feito, a MAR decidiu promover com antecedência testes de participação em diferentes horários, para permitir a formação de todos, pelo menos nos comandos fundamentais, para que a reunião pudesse decorrer da melhor forma. Isso gerou um aumento da autoconfiança e até da autoestima dos participantes, pois 42,3% declararam sentir-se muito à vontade ao usar esta plataforma e 53,8% disseram estar à vontade. Só 3,8% se manifestaram pouco à vontade, talvez por não terem podido comparecer aos testes.

Por comparação com uma reunião de AR presencial, 32% julgaram igualmente vantajoso e 52% consideraram mais vantajoso este tipo de participação, até pela sensação de menor exposição a que estiveram obrigados. Talvez por isso, 88,5% repetiriam esta experiência, ao contrário de 7,7% que se declararam indiferentes e de 3,8% que não o faria.

Por fim, 61,5% dos respondentes consideraram importante a realização de um maior número de reuniões da AR ao longo do ano, através desta plataforma, para refletirem sobre assuntos importantes da vida associativa da Instituição.

 Como atrás dissemos, reconhecemos a importância da realização de reuniões presenciais, mas não podemos ignorar este recurso, porque, de acordo com a nossa opinião e com a maior parte de quem respondeu, ele traz vantagens e também desvantagens, tal como acontece com o esforço e até algum espírito de sacrifício exigido a quem participa numa reunião presencial, com longas horas em deslocações e largo tempo retirado à sua vida pessoal durante os fins de semana. Lembremos ainda que, através de teleconferência, pode proporcionar-se aos associados uma maior participação e envolvência na vida associativa, numa relação de maior proximidade com a Instituição, ou ainda realizar reuniões em período pós-laboral, evitando a privação dos fins de semana.

A MAR aproveita agora para agradecer o esforço de todos os participantes que se concentraram e se empenharam no sucesso desta Assembleia, com particular ênfase para o presidente do Conselho Fiscal e de Jurisdição, Rodrigo Santos, que desde logo se colocou ao nosso lado, apostando numa solução de mudança, em prol da Instituição e da resolução das questões suscitadas pelos seus representantes. Também à Direção Nacional agora cessante, que autorizou a aquisição da necessária licença.

E se todo o mundo é composto de mudança,

Troquemos-lhe as voltas que ainda o dia é uma criança!...

Pela MAR,

A presidente: Graça Gerardo

A primeira secretária: Maria Helena Fonseca

O segundo secretário: João Lourenço