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O que é a acessibilidade?

A acessibilidade surge em todas as áreas sempre alguém desenha algo para ser usado por outros. Alguns autores defendem que a acessibilidade é simplesmente uma questão de bom design: quando criam um produto, um manual de instruções ou uma página web, pretendem que todas as pessoas possam usar a sua criação. Para outros, é uma questão de direitos: pretendem que todas as pessoas, quaisquer que sejam as suas capacidade se dificuldades, possam viver de um modo independente e participar plenamente na sociedade. Consequentemente, tem de ser garantido o acesso à educação, habitação, serviços de saúde, informação e comunicações e permitir uma plena participação na vida política e cultural do país. Embora muitas vezes o termo surja associado à deficiência motora (o próprio símbolo internacional é a representação de uma pessoa em cadeira de rodas), este é de facto muito mais abrangente. 

Tenho um estabelecimento comercial. Devo colocar Braille nas prateleiras?

Ao colocar esta pergunta, está a reconhecer um problema: os clientes com deficiência visual não têm acesso a toda a informação da sua loja. Contudo, nem todos estes clientes conseguem ler Braille e outros não irão investir o tempo necessário para ler centenas ou milhares de etiquetas em Braille. A melhor maneira de apoiar os clientes com deficiência visual é oferecer um serviço de acompanhamento, com funcionários devidamente preparados que circulam na loja com os clientes encontrando os produtos desejados, descrevendo as promoções e novidades e respondendo a quaisquer dúvidas que o cliente possa ter. A ACAPO está habilitada para formar os seus colaboradores. Para mais informações, contacte-nos.

Para criar um texto mais legível, tenho de usar apenas letras pretas sobre um fundo branco?

Não, o importante é criar um contraste cromático forte. Pode-se optar por letras brancas ou claras sobre um fundo escuro. E não podemos esquecer que, regra geral, o papel branco tem brilho que pode encandear alguns leitores. Vários fatores contribuem para a legibilidade dos textos e são analisados nas nossas recomendações sobre o assunto.

Há muitos obstáculos nos passeios: não é perigoso andar na rua?

Há obstáculos que são de facto perigosos, mas regra geral fazem parte do dia-a-dia do peão com deficiência visual e este está habituado a contorná-los. Alguns deles servem de ponto de referência e ajudam a pessoa a perceber onde está. Mas não haja dúvida, há locais perigosos como por exemplo andaimes, buracos no passeio assinalados apenas por uma fita vermelha e branca e prédios com varandas no 1º andar. E há obstáculos que podem ser eliminados facilmente: basta não estacionar no passeio e limpar os dejetos do cão.

A bengala deteta todos os obstáculos na rua?

Infelizmente não. Uma bengala deteta obstáculos no chão e um pouco acima. Quando andamos na rua com uma bengala, corremos o risco de bater com a cabeça em toldes, ramos de árvores, sinais de trânsito, cordas de roupa, etc. Compete às câmaras Municipais e outras entidades garantir que não há objetos ao nível da cabeça onde as pessoas com deficiência visual e peões distraídos podem chocar. Convém lembrar que um obstáculo pode ser um ponto de referência, por isso não fique admirado se vir uma pessoa com bengala à procura de um poste ou marco do correio, porque este pode ajudar a pessoa a encontrar a passadeira ou a paragem de autocarro.

O que são pisos táteis? E para que servem?

O piso tátil mais comum é colocado junto às passadeiras e ao bordo do cais. É chamado "pitonado" por causa das meias bolas em alto relevo. Também existem pisos para colocar no topo e no fundo das escadas e para indicar o caminho a seguir. É essencial aplicar os pisos da mesma maneira em todo o lado, mas infelizmente as passadeiras são assinaladas de maneiras diferentes ao longo do país e, por vezes, dentro da mesma cidade. As nossas recomendações neste campo seguem as boas práticas internacionais e explicam a melhor maneira de colocar piso tátil em diversas situações.

As pessoas com deficiência visual podem usar as escadas rolantes?

Podem e muitas vezes preferem, porque é fácil perceber onde começam e acabam e porque tem um corrimão de cada lado. Infelizmente não é o que acontece com as escadas convencionais, onde pode ser difícil perceber as dimensões dos degraus, encontrar o corrimão ou simplesmente saber que a escada existe. Por isso, se vir uma pessoa com deficiência visual aproximar-se de uma escada rolante, não pense que tem de agarrar no seu braço ou gritar "cuidado!". 

A ACAPO pode avaliar a acessibilidade ou os serviços do meu estabelecimento?

Sim, a ACAPO tem peritos que podem avaliar a acessibilidade de locais, informação escrita, websites e sistemas de informática. E podemos dar formação no atendimento dos clientes ou utentes com deficiência visual. Contacte-nos para mais informações.

Pode-se incluir Braille na sinalética?

Sim, é possível e faz sentido em espaços públicos. Mas o Braille na sinalética não resolve todos os problemas de orientação que uma pessoa com deficiência visual pode enfrentar num espaço desconhecido. E por outro lado, nem todas as pessoas com deficiência visual leem Braille.  Muitas podem ler com os olhos se a sinalética for bem legível. As nossas recomendações neste campo seguem as boas práticas internacionais e explicam como tornar o seu espaço mais acessível. 

Que tipo e tamanho de letra devo utilizar para ser legível por alguém com baixa visão?

Os tipos de letra mais legíveis são os mais simples, como as letras de imprensa que aprendemos na escola primária. Letras em itálico, que imitam letras manuscritas ou que têm efeitos 3-D, serão ilegíveis para muitas pessoas com baixa visão. O tamanho de letra depende do contexto: varia de acordo com a distância entre o leitor e as palavras, e se estamos a falar de textos escritos, apresentações em powerpoint ou sinalética. Outros fatores tais como as cores das letras e o fundo afetam a legibilidade. Para mais informações consulte as nossas recomendações sobre textos legíveis, powerpoints e sinalética.