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O que é a reabilitação funcional?

É um processo no qual a pessoa que perde a visão pode aprender a usar técnicas e materiais, desenvolver capacidades (usar melhor as informações dos outros sentidos, por exemplo) para que possa voltar a desempenhar as suas atividades de forma independente. A reabilitação funcional envolve diversas áreas da vida da pessoa, tais como, actividades da vida diária, orientação e mobilidade, acesso às tecnologias da informação e comunicação, actividade física e produtos de apoio. A reabilitação funcional é fundamental para a reconstrução do sentimento de auto-estima, pois através dela a pessoa com deficiência visual voltará a sentir-se capaz, superando os impactos da limitação visual e libertando-se de ideias negativas e preconceitos sociais associados à deficiência visual, reconquistando o seu bem-estar e a sua independência.

 

Perdi a visão recentemente. E agora?

A nossa vida quotidiana baseia-se quase por completo na visão. É por isso uma perda importante para qualquer pessoa e é natural que haja um período de luto, com sentimentos difíceis de lidar como a tristeza, a revolta, o desamparo ou a desesperança. No entanto, é possível superar esta fase procurando ajuda. É importante evitar isolar-se e, de preferência, rodear-se de pessoas que o apoiem e orientem na procura das mudanças necessárias para se adaptar à sua nova condição de vida. Cegar ou adquirir uma condição de baixa visão não significa que a sua comunicação com o mundo terminou, nem que a partir de agora irá depender dos outros para tomar conta da sua vida e fazer as tarefas do seu dia-a-dia. Ainda que lhe pareça que sim. É possível recuperar a sua independência! Procure ajuda, pois com certeza que irá encontrar respostas para dificuldades que pensaria nunca ultrapassar. Contacte-nos.

O que veem as pessoas cegas?

Regra geral, as pessoas com deficiência visual têm alguma visão, mesmo que em termos clínicos sejam consideradas cegas. Algumas têm apenas uma perceção de luz mas podem tirar proveito desta e capacidade e assim, localizar uma porta ou verificar se apagaram as luzes antes de abandonar o gabinete. Outras pessoas veem vultos; outras veem bastante bem à noite mas ficam ofuscadas com a luz diurna; algumas conseguem circular autonomamente mas não conseguem ler porque uma parte da retina está danificada.

Qual é a principal causa de cegueira em Portugal?

A Sociedade Portuguesa de Oftalmologia indica as três principais causas de cegueira em Portugal: degenerescência macular ligada à idade (DMI), glaucoma e retinopatia diabética. Em relação a esta última, o número de casos tem vindo a aumentar nos últimos anos. Para saber mais, visite o website da SPO, em www.spoftalmologia.pt

Quantas pessoas com deficiência visual existem em Portugal?

De acordo com os Censos 2011, em Portugal, existem cerca de 900 mil cidadãos com dificuldades de visão. Isto não significa que tenhamos 900 mil casos de deficiência visual, visto que a forma como o recenseamento ocorreu não permite tirar esta conclusão.  Destes, cerca de 28 mil não conseguem ver, mesmo com óculos ou lentes de contacto. A estas cerca de 28 mil pessoas cegas, teremos de juntar as pessoas com baixa visão, pelo que não existem números concretos sobre o total de cidadãos com deficiência visual no nosso país. Consulte também as estimativas da União Europeia de Cegos.

Devo dizer pessoas cegas e amblíopes?

Atualmente, a expressão “pessoas com deficiência visual” é a mais utilizada, inclusive por entidades oficiais. Os termos “cego” e “amblíope” serviram durante anos para distinguir as pessoas que não conseguiam ver nada ou quase nada das que ainda teriam algum resíduo visual que as ajudasse no dia-a-dia. O nome da ACAPO, Associação dos Cegos e Amblíopes de Portugal, deriva disso mesmo. No entanto, hoje em dia, considera-se que em muitos casos a diferença entre os dois conceitos é demasiado pequena, usando-se a expressão “pessoas com deficiência visual” para englobar todos os casos, com especial ênfase no termo “pessoas”. É também frequente falarmos de “pessoas cegas ou com baixa visão”, se quisermos distinguir entre quem vê mal e quem não vê. Mas a expressão mais correta é mesmo a que referimos primeiro.

Quando me quero referir a uma pessoa com deficiência visual, o mais correto será dizer invisual?

Não. O termo “invisual” foi adotado pela generalidade das pessoas, instituições e meios de comunicação como um eufemismo para referência às pessoas com deficiência visual. Efetivamente, esta é uma expressão que não deve ser utilizada.

Onde posso informar-me sobre oftalmologia e doenças relacionadas com a visão?

Recomendamos que visite o website da Sociedade Portuguesa de Oftalmologia. Conheça também no website do Serviço Nacional de Saúde, os hospitais de referência na área da Oftalmologia. Existem ainda algumas instituições vocacionadas para a saúde da visão. A Associação de Retinopatia de Portugal (ARP) é exemplo disso mesmo.