A lei eleitoral mudou. Esta alteração era há muito reivindicada pelas pessoas com deficiência visual que não conseguiam votar de forma secreta (porque alguém da sua confiança conhecia a sua opção de voto), segura (pois não sabiam se o seu desejo de votar em determinado partido ou pessoa tinha sido atendido) e independente (devido ao facto de não o conseguirem fazer sozinhas). 

Em agosto do ano passado, uma lei da Assembleia da República introduziu a possibilidade de as pessoas com deficiência visual passarem a votar através de uma matriz de voto em Braille. A ideia consta da lei – criar uma matriz em tudo idêntica ao boletim de voto – o desafio seria operacionalizá-la. Foi, por isso, que convidámos Rodrigo Santos a desconstruir-nos a lei e Peter Colwell a contar-nos sobre o processo, em que participou, para a criação desta matriz.

Ainda no âmbito da acessibilidade, entrevistámos Carlos Ferreira, da Biblioteca Nacional de Portugal, sobre o RNOFA, o Repositório Nacional de Objetos em Formatos Acessíveis. O que é? O que pretende? Como pode mudar os hábitos de leitura das pessoas com dificuldades de acesso ao texto impresso?

Convidámos ainda Filipe Almeida e Silva para falar sobre o sistema que se encontra a trabalhar e que pretende melhorar a orientação das pessoas com deficiência visual. Quem utilizar o MyEyes recebe no telemóvel em alta voz informações sobre o local onde está sempre que se cruzar com uma coordenada GPS ou com um Beacon. Encontra mais explicações no interior.

Também Claudino Pinto, um especialista em musicografia Braille, contribuiu para o número 26 da Revista Louis Braille. Foi exatamente sobre o tema da musicografia Braille e as potencialidades desta área na inclusão profissional das pessoas com deficiência visual que se debruçou.

Por fim, convidamo-lo a ler as reflexões de Alves Godinho sobre a cegueira.