A nova valência, financiada pela Vice-Presidência do Governo Regional, foi apresentada no passado dia 28 de outubro, por ocasião das Comemorações do Dia Mundial da Bengala Branca e irá permitir melhorar a qualidade de vida das pessoas com deficiência visual na ilha de São Miguel.

No passado sábado, dia 28 de outubro de 2023, a ACAPO – Associação dos Cegos e Amblíopes de Portugal, através da sua Delegação dos Açores, promoveu um debate sobre o Sistema de Atribuição de Produtos de Apoio, onde foi possível aprofundar a realidade da nossa região, conhecer o que já se faz no continente e debater esta questão com os nossos Associados e comunidade.

Nessa ocasião, o Governo Regional dos Açores (GRA), através do seu Vice-Presidente, Artur Lima, assinou um Contrato de Cooperação com a ACAPO que se traduz por uma Resposta Social desenvolvida através de um serviço de natureza coletiva de apoio a crianças, jovens e adultos com deficiência, que assegura o transporte e acompanhamento personalizado. Trata-se da realização de um sonho antigo que vem facilitar a deslocação das pessoas com deficiência visual para as suas atividades quotidianas, mediante agendamento. À semelhança de outras valências, e de forma a ser mantido um serviço de excelência, o motorista receberá formação especializada para que possa auxiliar os cidadãos com deficiência visual na entrada e saída da carrinha, descrição do local onde se encontra a pessoa para que a mesma se possa orientar, entre outros aspetos como por exemplo técnicas de guia.

Para Diogo Costa, Coordenador Operacional da Delegação dos Açores, “trata-se de um passo que vai contribuir para o aumento da qualidade de vida das pessoas com deficiência visual. A espectativa é muito grande para os nossos Associados a curto e médio prazo. Adicionalmente, com a colocação em prática da Estratégia Regional da Inclusão das Pessoas com Deficiência dos Açores (ERIPDA) que foi recentemente aprovada, vai existir uma aproximação ao paradigma de cidadania em que os problemas estão genericamente na sociedade que não adota o desenho universal e não nos cidadãos com deficiência. Em termos práticos, se uma pessoa cega ou com baixa visão não consegue detetar uma passadeira para atravessar uma estrada em segurança, isto significa que o problema não está na pessoa. A questão está na não adoção de boas práticas pela sociedade onde se poderia recorrer à utilização de piso táctil para as pessoas cegas e da maximização do contraste para os cidadãos com baixa visão. Antes da deficiência surge a pessoa que tem direitos e deveres. Basta que sejamos encarados enquanto cidadãos que são respeitados na sua singularidade.

A ACAPO não deixará de informar e auscultar permanentemente as pessoas com deficiência visual e de defender junto das entidades regionais e locais os seus pontos de vista de forma profícua e responsável.