Comunicado da Direção Nacional - Falecimento do associado e fundador da ACAPO José Adelino Guerra
É com o mais profundo pesar que a ACAPO lamenta comunicar o desaparecimento do seu associado e fundador José Adelino Guerra, na sequência de uma queda ocorrida na tarde de sexta-feira, 7 de Dezembro, na cidade de Coimbra, onde residia e trabalhava.
Nascido em Cantanhede, a 13 de Setembro de 1952, José Adelino Figueira Guerra ficou cego aos 22 anos na sequência de um acidente, ocorrido no cumprimento do serviço militar. Em 1989, foi um dos fundadores da ACAPO, tendo desempenhado as funções de Presidente da Direção Nacional entre 1996 e 1999, de Presidente da Mesa da Assembleia Geral da Direção Regional do Centro entre 1999 e 2001, e tendo sido também o primeiro Presidente do Conselho Fiscal e de Jurisdição, entre 2008 e 2011. José Adelino Guerra foi ainda diretor da revista «Luís Braille», e foi o primeiro representante da ACAPO no Conselho Nacional para a Reabilitação. Em 1997, foi também o primeiro Presidente da CDAC (Comissão para o Desenvolvimento das Associações de Cegos de Língua Portuguesa), tendo ainda representado a ACAPO em diversas comissões e organizações, nacionais e internacionais. Licenciado em Direito pela Universidade de Coimbra, foi já nesta cidade que concluiu um curso de especialização em Ciências Documentais, e foi também aí que criou, na década de 90, o Serviço de Leitura Especial para Deficientes Visuais, na Biblioteca Municipal de Coimbra, onde presentemente trabalhava. Era atualmente diretor da revista “Jardim da Sereia – Revista Inclusiva de Divulgação Tiflocultural», revista gratuita criada este ano pela Biblioteca Municipal de Coimbra. José Adelino Guerra era um empenhado ativista do movimento tiflológico, estando também ligado a outras associações de pessoas com deficiência como a ADFA (Associação dos Deficientes das Forças Armadas). Pessoa de inquestionável nobreza moral e cívica, José Adelino Guerra transmitiu-nos a todos um conjunto de valores humanos que muito nos enriquecem, ficando para sempre na nossa memória o exemplo de vida, de empenho e de justiça que, com a sua serenidade e clarividência, a todos contagiava. Neste momento de grande dor para todos nós, a ACAPO envia à família enlutada, a todos os seus amigos e a todos os que, de uma forma ou de outra, guardam preciosas memórias deste grande ser humano, sentidos pêsames. A maior gratidão, o maior apreço, que possamos ter pela vida e obra de José Adelino Guerra, não serão suficientes para lhe agradecer tudo o que fez por todas as pessoas cegas e amblíopes de Portugal. A falta que sempre nos fará constitui o mais vivo tributo que sempre prestaremos à sua memória.
Lisboa, 7 de Dezembro de 2012 A Direção Nacional da ACAPO