Para onde devem ir os transportes públicos?
Evento organizado pelas Revistas Eurotransporte e e-Mobilidade +, com o apoio da Parques Tejo e do Município de Oeiras
Estivemos presentes em representação das pessoas com deficiência visual na III.ª Edição do Fórum “Mobilidade & Transportes 2025”, um espaço onde se debateram os principais desafios e oportunidades relacionados com os transportes públicos. O fórum decorreu no passado dia 25 de setembro, em Carnaxide. Na mesa redonda “Inclusão na Mobilidade: Respostas para Pessoas com Mobilidade Reduzida”, a ACAPO, através do Presidente da Direção Nacional, Rodrigo Santos, chamou a atenção para o direito fundamental a sistemas de transportes acessíveis a todos, em todas as suas fases, para que todas as pessoas, com ou sem deficiência, possam decidir por si próprias onde ir, quando ir, e como ir.
Rodrigo Santos chamou ainda a atenção para que a acessibilidade aos transportes públicos, a todos eles, é uma questão de direitos humanos, com profundo impacto em aspetos da vida como a escolha do sítio onde se mora, a escolha da profissão e do sítio onde se estuda ou trabalha, bem como a escolha que se pode ou não fazer face a receber cuidados de saúde. Sítios e apps acessíveis, informação em qualquer formato incluindo Braille, carateres ampliados e formato digital, sistemas de venda de bilhetes acessíveis, sinalização adequada das paragens e encaminhamento para as mesmas, anúncio sonoro do destino e próximas paragens dentro e fora dos meios de transporte, formação aos motoristas ou a quem se relaciona com o público no sentido de prestarem apoio de forma adequada sem serem invasivos, foram apenas alguns dos aspetos abordados, com exemplos práticos decorrentes da experiência de viagens em autocarros, barcos e comboios urbanos, regionais e de longo curso.
Como deixámos dito na altura, estamos disponíveis para trabalhar com qualquer empresa de transporte ou comunidade intermunicipal, com o objetivo de garantir que os transportes, ainda mais essenciais para as pessoas com deficiência visual pois é muitas vezes o único meio de deslocação que têm, conseguem corresponder às expectativas de quem até os quer procurar, mas não está disposto a ter mais uma experiência fracassada. Alertámos por fim para os retrocessos que, apesar de algumas inovações, as mudanças de operadores têm trazido muitas vezes à autonomia das pessoas com deficiência visual.