A pandemia da doença COVID-19 não afeta todas as pessoas da mesma maneira. A União Mundial de Cegos, a União Europeia de Cegos, bem como as congéneres na área da deficiência em geral (Fórum Europeu para a Deficiência e Aliança Internacional para a Deficiência) têm salientado os muitos e diferentes riscos acrescidos que as pessoas com deficiência enfrentam nesta pandemia. No caso das pessoas cegas e com baixa visão, o recurso mais frequente ao tacto e a menor possibilidade de controlar o que se toca e quando se toca, a par com a necessidade da proximidade física de outras pessoas para a realização de várias tarefas do dia-a-dia, são algumas das razões que justificam que estas pessoas sejam incluídas, com algum grau de prioridade, no programa de vacinação contra a COVID-19

A ACAPO já havia manifestado esta preocupação e este entendimento na reunião da Comissão das Políticas de Inclusão, ocorrida no final de 2020. Por isso mesmo, não podíamos deixar de apoiar, desde a primeira hora, a iniciativa de chamar a atenção dos responsáveis para a necessidade de incluir as pessoas com deficiência no plano de vacinação contra a COVID-19, com algum grau de prioridade. Juntamo-nos por isso, e desde a primeira hora, a este manifesto.

As pessoas com deficiência visual não devem estar expostas a mais este risco acrescido, nem ficar impedidas de exercer uma vida plenamente autónoma, por poderem contrair ou ser agentes de propagação de um vírus, cujas consequências afetam, continuam e continuarão a afetar as nossas vidas de formas nunca até aqui vistas.