Segundo os Censos 2011, mais de 900 mil pessoas têm dificuldade em ver quando estão a realizar tarefas do dia-a-dia. Ou seja, potencialmente uma pessoa em cada dez, que procura os vossos serviços, poderá ter dificuldade em identificar a entrada, orientar-se dentro do estabelecimento ou ler a informação escrita disponibilizada. Contudo, se os vossos serviços são orientados para pessoas mais velhas, a percentagem de utentes com dificuldades de visão aumenta consideravelmente. 

Estas recomendações pretendem demonstrar como os vossos serviços e o vosso espaço se podem tornar mais inclusivos.

Um espaço inclusivo é seguro, saudável, funcional e estético, o que beneficia não só os utentes mas também os funcionários. Ao mesmo tempo, quando um espaço e os respetivos serviços são inclusivos, serão igualmente fáceis de compreender e respeitarão a diversidade. Assim, os funcionários gastam menos tempo a dar indicações e a explicar procedimentos, enquanto os utentes sentem mais à vontade, reclamam menos e têm acesso à informação no formato que preferem.

Estamos conscientes de que a concepção e gestão de um espaço público implica procurar um equilíbrio entre diversas exigências. Por exemplo, o material utilizado no chão dos corredores tem de responder a vários critérios ligados à segurança dos utentes, ao seu comportamento em caso de incêndio, à durabilidade e a aspetos ambientais, estéticos, económicos e funcionais. Consideramos que a preocupação com as necessidades dos utentes com deficiência visual é mais um critério que um projetista não terá dificuldade em encaixar.