Para se garantir que é um humano a preencher os formulários na Internet, os programadores podem recorrer a um CAPTCHA (Completely Automated Public Turing test to tell Computers and Humans Apart) para protegerem os formulários. Contudo, esta ferramenta normalmente utiliza letras distorcidas ou desafios visuais que só os humanos conseguem resolver. A utilização do CAPTCHA com recurso a imagens representa um grande obstáculo para os cidadãos com deficiência visual, já que estes não conseguem ver o que lhes está a ser apresentado. Tal ferramenta viola o critério de sucesso 1.1.1 das Diretrizes de Acessibilidade para Conteúdo Web - WCAG (Web Content Accessibility Guidelines) e por inerência o DL 83/2018 de 19 de outubro. Há quem utilize desafios em áudio com som de fundo para criar entropia e despistar o reconhecimento de voz de forma automática. Para a ACAPO - Associação dos Cegos e Amblíopes de Portugal esta não é uma solução viável por dois motivos: em primeiro lugar, as pessoas com deficiência visual utilizam o áudio para receberem informação fornecida pelas tecnologias de apoio. O áudio dos CAPTCHAS interfere no recebimento dessa informação; em segundo lugar, o idioma dos áudios está em inglês e não se deve exigir que todos os cidadãos com deficiência visual tenham que conhecer este idioma.

Na última versão beta dos seus sistemas operativos, a Apple pretende certificar automaticamente que é mesmo uma pessoa que está a aceder, não sendo apresentado o CAPTCHA para os utilizadores em alguns sites e aplicações. A ACAPO reconhece as potencialidades desta funcionalidade, mas salienta que a acessibilidade tem de ser construída desde a fase do design de um site ou aplicação, pelo que não devem ser utilizados desafios visuais que imponham apenas o uso da visão ou desafios em áudio que obriguem os utilizadores a conhecer outros idiomas.